Tariff Shock: Temu, AliExpress Prices Soar – Other Retailers Impacted Too

Tarifas de importação 2024: o choque de preços na Temu, AliExpress e outros gigantes do e-commerce
Palavra-chave principal: tarifas de importação
O debate sobre tarifas de importação ganhou os holofotes em 2024, quando os EUA anunciaram o fim da isenção “De Minimis” para compras oriundas da China. Se você costuma abastecer o carrinho na Temu ou na AliExpress, prepare-se: a mudança promete encarecer milhares de itens e já repercute em todo o varejo online. Neste artigo, destrinchamos cada impacto, mostramos cálculos práticos, trazemos dicas de mitigação e, claro, explicamos como o cenário afetará empresas brasileiras que importam via redirecionadores ou que dependem dessas plataformas para revenda. Em pouco mais de 2.000 palavras, você entenderá o que muda, quando muda e como se planejar para não ficar no prejuízo.
1. O que muda com o fim da regra De Minimis
Entendendo o De Minimis
Até maio de 2024, encomendas abaixo de US$ 800 enviadas diretamente ao consumidor americano estavam isentas de tarifas de importação graças à regra De Minimis, aplicada pelo U.S. Customs and Border Protection (CBP). Essa brecha reduziu o custo final de pequenos pacotes e impulsionou marketplaces como Temu, AliExpress, Shein e Banggood. O modelo virou o “combustível” do cross-border, permitindo preços imbatíveis em gadgets, roupas e acessórios.
O novo cenário regulatório
O governo dos EUA, sob pressão de varejistas locais e sindicatos, decidiu que, a partir de 2 de maio de 2024, todo produto procedente da China perde o benefício. Significa que:
- Qualquer pacote, mesmo que custe US$ 5, será tributado.
- As alíquotas variam por NCM (HTS Code), alcançando até 25% em certas categorias.
- Documentação de importação mais complexa será exigida, encarecendo o frete e aumentando atrasos.
Para o consumidor brasileiro que redireciona encomendas via EUA, o efeito será sentido em dólar já na origem, elevando o custo C.I.F. (Cost, Insurance and Freight) antes mesmo de chegar à Receita Federal.
2. Como as tarifas de importação serão calculadas na prática
Exemplo numérico de um pedido na AliExpress
Suponha a compra de um smartwatch de US$ 60, frete gratuito, classificado sob o HTS 9102.11.40 (relógios eletrônicos):
- Valor aduaneiro = US$ 60 (produto) + US$ 0 (frete) = US$ 60.
- Tarifa base = 2% → US$ 1,20.
- Seção 301 (tarifa punitiva) = 25% → US$ 15,00.
- Total de tarifas = US$ 16,20.
Combinadas, as tarifas representam 27% do valor aduaneiro. Na prática, o relógio custaria US$ 76,20, sem contar possíveis taxas de manuseio da transportadora.
Alíquotas mais comuns por categoria
Categoria HTS | Tarifa base | Tarifa Seção 301 |
---|---|---|
Eletrônicos de consumo | 0% a 4% | 25% |
Roupas e calçados | 10% a 20% | 25% |
Brinquedos | 0% | 25% |
Ferramentas manuais | 3% a 9% | 0%* |
Computadores completos | 0% | 0%* |
Acessórios de informática | 2% a 6% | 25% |
*Alguns códigos para PCs e ferramentas escapam da tarifa punitiva, mas ainda pagarão a base se acima do De Minimis.
3. Impacto sobre eletrônicos e as exceções para computadores
Computadores: isenção parcial, mas não total
Conforme mencionado no vídeo do canal Lon.TV, desktops completos e notebooks entram em uma brecha que já existia antes da sanção da Seção 301. O HTS 8471.30.0100 (lap-tops) tem tarifa base de 0% e, até o momento, continua fora da lista punitiva. Resultado: o preço final pode subir apenas pelo ICMS do estado americano ou pela taxa de processamento, mantendo competitividade relativa.
Periféricos e placas: a conta cresce rápido
Peças como GPUs, SSDs NVMe e memórias RAM sofrerão 25% adicionais. Uma placa-mãe de US$ 150 passa a custar US$ 187,50 antes do frete internacional. Para revendedores brasileiros, o impacto duplo (tarifa nos EUA + tributos no Brasil) pode inviabilizar a margem de lucro.
Segundo levantamento da Consumer Technology Association, 68% dos consumidores que pretendiam comprar eletrônicos de baixo valor (até US$ 100) reconsiderarão a compra após os aumentos.
4. Efeito cascata em outros varejistas internacionais
Plataformas que importam da China para seus armazéns
Amazon, Walmart.com e Best Buy mantêm estoques próprios ou via vendedores third-party. Quando esses produtos transitam pela alfândega antes de chegar aos CDs americanos, a tarifa já incide. Espera-se, portanto, que:
- O preço final suba entre 5% e 15% nas próximas semanas.
- Alguns itens desapareçam do catálogo por não valerem mais a pena.
- Promoções “relâmpago” percam fôlego, afetando datas como Prime Day.
Reflexos na América Latina
Mercados vizinhos, como México e Chile, utilizam fulfillment centers nos EUA. O custo adicional será repassado em dólar, tornando o produto menos competitivo quando comparado a ofertas locais. No Brasil, empresas que compram “de prateleira” no varejo americano via redirecionador de encomendas terão um aumento duplo: dólar alto + tarifas.
“Tarifas mudam o jogo de custo total de propriedade. Quem não revisar a precificação agora terá prejuízo garantido em seis meses.”
— Dra. Mariana Leal, professora de Comércio Exterior na FGV-EESP
5. Cadeia logística: quem recolhe e quem paga
Responsabilidade do marketplace
Temu e AliExpress declararam que, num primeiro momento, absorverão parte das tarifas para não afugentar consumidores. Entretanto, analistas esperam que essa “subvenção” dure pouco, pois as margens já são apertadas. O recolhimento ocorrerá na ponta da transportadora (USPS, FedEx, UPS). Caso a taxa não seja quitada, o pacote fica retido e pode ser devolvido ou destruído.
Consequências de não pagar
Se o destinatário se recusar a pagar dentro do prazo de 15 dias:
- Correio ou courier registra o CPF/CNPJ como inadimplente nos EUA.
- Futuras encomendas podem ser bloqueadas até a quitação.
- O vendedor também pode sofrer penalidades e ter a conta suspensa.
6. Estratégias do consumidor e das empresas para mitigar custos
Dicas para pessoas físicas
- Consolidar compras: agrupar vários itens num mesmo pacote reduz o custo de frete proporcional.
- Priorizar vendedores que oferecem armazém fora da China (UE, Turquia, México).
- Monitorar cupons e cashback para compensar parte do imposto.
- Comparar com varejo nacional: às vezes, o preço local já é mais competitivo com garantia incluída.
- Evitar acessórios de baixo valor unitário; busque kits ou lotes.
- Usar modalidades como “Entregar no Locker” que agilizam o desembaraço nos EUA.
- Consultar simuladores de HTS antes da compra para prever a tarifa exata.
Boas práticas para empresas
- Negociar Incoterms FOB em vez de CIF, assumindo controle da logística.
- Revisar classificação fiscal para evitar códigos incorretos que gerem alíquotas maiores.
- Incrementar estoque pré-tarifa se ainda houver janela temporal.
- Apostar em fornecedores de países com acordos preferenciais (Vietnã, Malásia, Índia).
- Implementar preços dinâmicos no e-commerce para repassar variações cambiais de imediato.
7. FAQ – Perguntas frequentes sobre as novas tarifas de importação
1. A regra vale apenas para compras acima de US$ 800?
Não. O fim do De Minimis elimina a isenção; qualquer valor será tarifado se a origem for China.
2. Posso pedir reembolso da tarifa se devolver o produto?
Sim. Caso devolva ao vendedor, é possível solicitar ao CBP a restituição dentro de 180 dias, mas a burocracia é grande.
3. Encomendas enviadas como “gift” continuam isentas?
Não. A classificação “gift” não altera a tarifa quando a origem é comercial.
4. Como identificar o HTS correto antes da compra?
Use a ferramenta online do CBP (HTS Lookup) ou consulte despachantes aduaneiros certificados.
5. A Shein será afetada?
Sim, pois a maior parte das remessas da Shein vem da China.
6. Produtos refurbished também pagam tarifa?
Pagam, porém muitas vezes sob um HTS diferente, com base reduzida de 5% a 10%.
7. Notebook comprado em Hong Kong é tributado?
Caso a documentação comprove origem HK, o De Minimis permanece. Do contrário, tarifa integral.
8. Haverá mudanças no Brasil em consequência?
A Receita Federal avalia ajustar as alíquotas, mas não anunciou nada concreto até abril de 2024.
Conclusão
Relembrando os pontos-chave:
- O De Minimis americano para produtos chineses acaba em 2 de maio.
- Tarifas combinadas podem alcançar 50% do valor do item.
- Eletrônicos e acessórios sentirão o impacto de imediato.
- Outros varejistas internacionais também reajustarão preços.
- Consumidores e empresas devem revisar estratégias logísticas.
Agora que você domina o novo cenário de tarifas de importação, é hora de recalcular custos e planejar suas compras. Compartilhe este artigo com colegas que importam da Temu ou AliExpress e inscreva-se no canal Lon.TV para acompanhar atualizações contínuas sobre comércio exterior e tecnologia.
Créditos: Análise baseada no vídeo “Tariff Shock: Temu, AliExpress Prices Soar – Other Retailers Impacted Too” do canal Lon.TV.